Amigos ou: como se relacionar quando seu gosto não bate com o de ninguém

E depois de mais um tempo no limbo (cuidando de TCC e outras coisinhas), voltei. Estou começando com uma série chamada A Autoajuda que eu gostaria de ter.

Desde quando eu era mais novinha, sempre curti rock and roll. O problema era que desde sempre o que eu curto não é interessante para mais ninguém a não ser para mim. Na escola eu ouvia muito Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude, a tríade das bandas de rock de Brasília. Ou seja, a maioria dos meus amigos gostava de forró e eu achava isso uma grande babaquice.

Na faculdade isso não mudou muito de figura. Na faculdade, eu fico ouvindo David Bowie, Rolling Stones, Beatles, The Doors e todas essas “bandas velhas”, como minha irmã do meio costuma falar. Eu gosto de filmes de ficção científica bem hard, daqueles filmes que você tem que se achar muito esperto para poder falar sobre eles, animes, filmes de super-heróis e filmes do Tarantino. Só que se eu falo de algum dos meus filmes favoritos com eles, vai dar merda. Minhas amigas não curtem isso. Primeiro, elas não sabem do que estou falando.

Seres humanos gostam de estar certos. Sempre, sempre. Não importam se o cara gosta de assistir comédias românticas cheias de açúcar ou filmes paródias turcos, acham que é a melhor coisa do mundo. Vou ser sincera, não curto muito romances do século XIX, acho eles meio chatos. Mas como já diriam, “gosto é que nem cu, todo mundo tem o seu”. A questão não é fazer os outros gostarem do que você gosta, e sim respeitar.

Nem todo mundo gosta de Star Wars, assim como nem todo mundo curte ler obras clássicas mais antigas do que seus bisavós. Ao mesmo tempo, é um saco a pessoa querer provar que está certo. Ninguém tem certeza de nada, pois se a pessoa acha que está certo, tem medo de que provem que ela está redondamente enganada.