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O Caboclo que Caiu na Terra ou Somos todos Estrangeiros

Kids queridos, depois de um looooooooooooongo exílio, eu voltei. Usando a fonte Segoe Print, minha favorita quando escrevo sobre David Bowie vou falar do filme “O Homem que Caiu na Terra”. Vi durante as férias. Minhas maninhas viram mais vezes que eu. Uma das cenas do filme foi fotografada e virou a capa de “Station to Station” (1976). E não para por aí. Inclusive o primeiro pôster virou a capa do disco “Low” (1977). Quando eu for falar da Trilogia de Berlim vocês vão saber que diacho é isso.

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Cartazes do filme “O Homem que Caiu na Terra”, de 1976. O tipo de letra usado no nome “The Man Who Fell to Earth”, você já deve ter visto em alguma camiseta do Iron Maiden.

Antes de tudo, vamos às informações sobre esse filme:

Título: O Homem Que Caiu na Terra (The Man Who Fell to Earth)

Diretor: Nicolas Roeg

Roteiro: Paul Maysberg, baseado no romance de Walter Tevis

Elenco: David Bowie, Rip Torn, Candy Clark, Buck Henry

Produção: British Lion Film Corporation, Cinema 5

Distribuição: The Criterion Collection

Ano: 1976

País: Reino Unido

Duração: 125 minutos (aproximadamente)

Censura (no Brasil): 18 anos (Nudez e cenas de sexo explícito)

O filme é muito sério (o Bowie não dá nem um sorrisinho durante todo o filme). Eu fiz uns comentários engraçados nas caixinhas só para quebrar o gelo. Eu gostei do filme, aborda a temática da solidão e do “ser estrangeiro”: se sentir perdido em uma terra que não é a sua. Quem nunca se sentiu um estranho, mesmo no meio em que vive? Thomas Jerome Newton, o protagonista dessa história, se sente perdido e atordoado na Terra. Mesmo que tente voltar ao seu planeta natal, se sentirá preso à Terra. Mas ele jamais voltará ao lugar de onde veio.

Diferentemente da maioria dos alienígenas do cinema Tommy é um ser frágil, passivo e indefeso. E diferentemente de Ziggy Stardust, outra figura alienígena que foi encarnada por Bowie nos anos 1970, aparentemente não tem a carga sexual excessiva (aparentemente, mas depois tem cenas de sexo que fariam Ziggy corar seu rosto branco). Tommy é dotado de uma pureza e de uma ingenuidade que dão até dó. Seus valores não se ajustam aos dos humanos com os quais convive. A sua companheira humana Mary-Lou o encaminha no vício: a televisão e o gim (uma bebida alcoólica fortíssima e altamente viciante) e acaba se tornando a perdição de Tommy. Por causa de Mary-Lou Tommy ‘se esqueceu’ da esposa e dos dois filhos que estão o esperando. A vida de humano o seduziu.

O filme, baseado num romance de ficção científica de Walter Tevis, conta a história de um alienígena humanoide que veio para a Terra em missão de paz (levar água ao seu planeta natal): usando o nome Thomas Jerome Newton e um passaporte inglês, aparece de repente numa cidade no meio do nada chamada Haneyville e vende um punhado de anéis para poder ir para Nova York. TMWFTE-1

Aquele lá em cima sou eu!

Thomas (ou Tommy) fisicamente se parece com um ser humano normal de vinte e poucos anos (exceto pela parte de que esse “ser humano normal” é o David Bowie). Apesar de seu jeito meio estranho, o homem que caiu na Terra parece ser normal. Sua única mania: beber água. De qualquer canto: se derem água de esgoto, o Tommy bebe e com gosto. Mesmo.

Poor Tommy has such a hard time with our gravity. Lying atop him would be a very bad idea.

Olha a água mineral. Você vai ficar legal!

Quando consegue uma grana se manda para Nova York. Entrega seu tesouro (uma pasta cheia de papeis) para o advogado de patentes Oliver Farnsworth e ainda lhe promete 5% da empresa e 10 % dos lucros. As nove patentes básicas eram revolucionárias e fariam as grandes corporações se tornarem obsoletas (para os anos 1970, hoje em dia seriam café pequeno). E com essas patentes, Newton monta seu conglomerado, a World Enterprises. Que lhe rende uma grana preta, 300 milhões em apenas três anos, só isso. Tá bom pra você?An alien in a fedora

Thomas Jerome Newton: O homem à base de água…

E começa The Rise and Fall de Ziggy…ops, de Tommy. O nosso alienígena bonzinho comanda seus negócios de dentro de uma limusine (que tem uma antena e um telefone!). Quando estava vendo essa parte, me lembrei de uma música do Iggy Pop, “The Passenger” (que tem uma versão em português chamada “O Passageiro”, do Capital Inicial), “I am the passenger/And I ride and I ride” (a tradução ficou assim: “Eu sou o passageiro/Eu rodo sem parar”).

O Tommy fica rodando feito um doido no banco de trás da sua limusine (ele tem um motorista!) por paisagens desérticas e bebendo muitos copos de água do frigobar (daí a a legenda: o homem à base de água). E comandando seus negócios por telefone.

Nesse meio tempo, aparece Nathan Bryce, um professor de química divorciado que gosta de transar com as suas alunas. E que quer trabalhar na World Enterprises, pois se sente insatisfeito com o emprego na universidade em que dá aulas e com o seu chefe, Canutti.

Um lindo dia, o Tommy fica entediado de ficar só rodando e resolve ir para um hotel. Com o nome de Mr. Sussex vai para um quarto. Mas o cara passa mal no elevador (passa mal é eufemismo, o cara parece que tá morto).

HNNGGOh babe

Ai, meu Deus, o cara morreu! Chama o rabecão!

É atendido por uma garçonete mega ultra carente chamada Mary-Lou. A mulher é viciada em televisão e gim (teor alcoólico de 43%, tá bom pra você?). Os dois ficam conversando como se não houvesse amanhã.

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Como dívida de gratidão, Tommy chama Mary-Lou pra ir rodar com ele. Mas Tommy já é casado e pai de família lá no planeta dele. A sua missão é levar água pra sua família, os únicos sobreviventes naquele planeta árido. E aos poucos, Thomas Jerome Newton começa a esquecer do que veio fazer na Terra.

Mary-Lou leva o Tommy para a igreja. Eu achei essa cena muito boa, porque pessoas normais pensam que em filme que apareça um cantor, ele tem a obrigação de dar um show, se tiver que cantar. Nesse filme, não. O David nessa cena canta mal porque ele não é o David, em cena é o Tommy. E o Tommy não é o David Bowie, o cantor que surpreende até menininhas do século XXI como eu.TMWFTE-4

Passa um tempo. Tommy e Mary-Lou vivem um romance terno e quase sem-graça, quase uma obrigação contratual. Mas que pega fogo debaixo dos lençóis. Pega fogo mesmo.

Umas das cenas mais legais do filme (e que tem um pouco de putaria), é o Tommy dando uma desculpa para Mary-Lou: não sabe como se secar (provavelmente porque nunca tomou banho na vida). E a mulher, paciente, ajuda o seu parceiro de outro mundo a se secar. A cena no qual os dois estão no seu ninho de amor, intercalada com uma cena em que Tommy dá de presente a Mary um telescópio, é uma das mais fodonas de todo o filme. O diretor Nic Roeg conseguiu tirar poesia de uma cena de sexo…

Tem outra cena proibida para menores que eu gosto. Mas vou contar mais na frente. the man who fell to earth

Em outro filme em que o David atua tem um fenômeno parecido. O diretor de “Fome de Viver” Tony Scott fez uma coisa semelhante (tirar poesia de uma cena de putaria): numa cena em que Miriam Braylock (Catherine Deneuve) e John Braylock (David Bowie) estão tomando banho (juntos) depois de uma caçada (os dois foram para uma boate que tava tocando Bauhaus, o casal seduz dois incautos, os matam e se alimentam do sangue deles. Simples, não?). Obviamente os dois são vampiros e estão juntos há cerca de 300 anos (e nunca tiveram uma DR, incrível). John diz a Miriam “Para sempre?”, ela responde “O quê?”, ele continua “Para todo o sempre” e os dois se beijam. Detalhe: os dois estão pelados, debaixo de um chuveiro e estão juntos de uma maneira tal que não sabemos onde começa Miriam e termina John. Para mim é o símbolo de um amor que deveria durar para sempre, até que o John começa a ficar velho de uma hora para outra…e não vou estragar a surpresa. Assista.

Mas voltando ao Tommy e a Mary-Lou: os dois vão morar juntos em uma linda casinha com uma temática japonesa perto de onde Tommy caiu. Parece um casamento normal. Mas nada que tenha o dedo do David Bowie é normal.

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Inclusive uma das fotos do filme virou uma montagem, que está na exposição “David Bowie is…”. Quando essa exposição vier ao Brasil você pode conferir de pertinho.

Fica com vergonha, não.

Depois de algumas ceninhas de sexo entre Tommy e Mary-Lou, o “casamento” começa a desandar: o alienígena bonzinho começa a ver muita televisão a ponto de não conseguir sair da frente do mural de televisões. Vicia mesmo. E não liga mais para a sua querida Mary-Lou. Só pras suas tvs e pro seu gim (Anotaçãoele aprendeu a beber…). Uns dizem que a cena em que Tommy aparece em frente às suas tvs e quase pira inspirou uma das músicas de “Station to Station”: TVC 15.

Mulher, sai do meio. Tá passando um monte de coisas e eu quero ver todas!

Mas isso não é o pior: Mary-Lou quer ir pro banheiro. Tommy tá lá dentro há muito tempo. Cansado de ser David Bowie, Tommy resolveu despir-se da pele do Camaleão e foi ser ele mesmo. Despiu-se mesmo.

Mary força a porta do banheiro e a abre. E se espanta: Tommy não é desse planeta!

Mas depois o casal tem uma DR. Tommy não explica o que é de verdade (na lata), mas dá pistas. E tem que voltar a vestir a pele do Camaleão, porque sendo o que é de verdade tem atratividade zero para Mary-Lou. Nível de sex-appeal negativo.

Mas o couro começa a comer para o casal Tommy e Mary-Lou. A cena mais bizarra é a retratada nas fotos abaixo. Tommy, puto com a sua companheira humana, taca a mão na travessa de biscoitos que ela está carregando. Diz que quer se separar e promete a Mary uma grana preta, mas ela não aceita (os dois vivem em comunhão de bens, quase um casamento).the man who fell to earth7

Querida, precisamos conversar. Sabe, eu vim de outro planeta e você descobriu o meu segredo. Que tal terminarmos com isso e cada um seguir a sua vida? Te deixo uma grana preta, um disco meu autografado e nos separamos.

Se em casa as coisas não iam lá muito bem, os negócios da World Enterprises estão indo muito bem, obrigado. Agora, no ramo aeroespacial. Thomas Jerome Newton constrói sua cápsula para levar água ao seu planetinha natal. E tenta partir para o seu lar, onde sua esposa e seus dois filhos estão o esperando.

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Nathan começa a ficar desconfiado de que Tommy não é que nem todo mundo. Passa um raio-X no dono da empresa em que trabalha e descobre que o cara não tem nenhum osso aparente. Mas o Tommy descobre a armação (além de manter o corpinho de David Bowie eternamente jovem, ele consegue ver raios-X, para ele é uma luz cegante) e abre o jogo. Seu segredo está ameaçado.

Ele tenta partir para seu planeta natal, mas é pego por uma armadilha armada pelo governo, Farnsworth é morto com o seu amante Trevor, a World Enterprises vai à falência e Mary-Lou se casa com Nathan Bryce. Tommy é levado a um hotel, no qual é mantido em cárcere privado e submetido a montes de experiências dolorosas. Do tipo: pegam um bisturi e enfiam nos mamilos para ver se sai sangue (só para constar: sai e não é azul)…

Abra a boca, Tommy.

Para fazer todos os exames teremos que te embebedar, sr. Newton. Quer um pouquinho mais de gim?

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Calma, gente. Eu mesmo tiro as minhas lentes.

Não faz isso, por favor! Vou ficar cego! Já basta um dos meus olhos ser quase cego! Vocês humanos são maus comigo!

Passa mais um tempo. Mary-Lou tá velha, casada e baranga e o Tommy já está há muito tempo em cárcere privado e sem pegar nada, nem mesmo resfriado. Com um pouco de fome e tédio, resolve ameaçar a sua mulherzinha humana com um revólver. Detalhe: ela tá só com uma banana e o Tommy tem nas mãos uma arma de fogo altamente letal. É interessante o discurso que Tommy dá para Mary-Lou: “Eu poderia te matar bem aqui nessa cama. E aí eles te levariam embora e me trariam outra garota”. Muito bonito, T.J.N. O que a falta de mulher não faz com o alien…the man who fell to earth3the man who fell to earth4the man who fell to earth5 Thomas-Jerome-Newton-the-man-who-fell-to-earth-19403735-496-330

Querida Mary-Lou, você vai morrer. Sabe, o nosso ‘casamento’ andou abalado depois que você descobriu o que sou de verdade. Não te amo mais do jeito que eu te amava há, sei lá quantos anos. Durma bem. T.J.N

Mas a porra da arma não atira?! E gera a outra cena de putaria que eu citei lá em cima, só que sem poesia (tem uma baita selvageria): os dois transam e ficam brincando com a arma. Detalhe: segundo Angie Bowie “[…] Seu orgulho pelo tamanho e potência de seu equipamento sexual é obviamente justificável (nesse caso, o orgulho é do David)” (Bowie, Angela; Patrick Carr. Backstage Passes – Life on the Wild Side With David Bowie. Nova York: Cooper Square Press, 2001). E na cena de Tommy brincando com o revólver mostra o tal “equipamento sexual” do David. Por isso se justifica a censura 18 anos.

Depois Tommy tenta presentear Mary-Lou com a única coisa que realmente pertencia a ele: um anel (um dos anéis que ele vende no começo do filme e com ele consegue uma grana preta). Mas ela reclama que o anel não serve e sai, em prantos.

Mas a putaria termina aí. Passa mais um tempo. Mary-Lou, mais velha e baranga do que nunca compra de presente de Natal uma garrafa de gim. E a aproveita ao lado de seu marido, que parece um cacareco.

Nathan vai para uma loja de discos. Eu notei que tinha um anúncio do disco “Young Americans” no alto. O Nathan presta atenção em um disco, cujo o nome é “The Visitor” (literalmente O Visitante). Vai atrás do Tommy e lhe pergunta porque gravou um disco. Tommy responde que provavelmente sua esposa irá ouvir pelo rádio (mesmo sabendo de antemão que ela e seus filhos estão mortos). E depois o filme acaba. Provavelmente Tommy passará o resto dos seus dias na Terra como um bêbado com o rosto do David Bowie.16The Man Who Fell

Depois do Homem que Caiu na Terra…

Depois do fim das gravações do filme o David chamou a sua banda e foi gravar “Station to Station”. As gravações duraram APENAS 10 dias, pois as músicas que iriam entrar na trilha sonora de “O Homem que Caiu na Terra” entraram nesse disco. As exceções são “Station to Station”, “Golden Years” (há uma disputa entre Angela Bowie e Ava Cherry pelo posto de ‘musa inspiradora’. Na introdução de “Backstage Passes” Angela conta que David cantou “Golden Years” pelo telefone para tentar reconquistá-la), e “Wild Is The Wind” (que, mais uma vez, é um cover). Pouco tempo depois do lançamento do filme, “Station to Station” foi lançado, em janeiro de 1976. As duas capas do disco remetem diretamente ao filme “O Homem que Caiu na Terra”.

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Capa original, de 1976. Essa capa está na edição de luxo. Mais embaixo posto foto da edição completa.

Station to Station (1976)

Capa do relançamento, nesse caso de 1991. Infelizmente, só tem importado. A edição de luxo, lançada em 2010 tem um show na íntegra: o show no Nassau Coliseum em 1976.

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Esse é o meu papel de parede do computador.

Na opinião dos críticos é um dos discos mais acessíveis, mas ao mesmo tempo mais complicados da discografia de David Bowie. É acessível por causa das baladas românticas e pelo som (funk misturado com sons eletrônicos). É complicado pela enorme quantidade de referências: vão da cabala ao cristianismo, passando pelo ocultismo, pela filosofia de Nietzsche e o seu super-homem. Em “Station to Station” o David inaugura uma persona nova, a persona que tem mais a ver comigo: o nosso querido Duque Magro e Branco, The Thin White Duke. Olha uma das fotos do lançamento e uma das minhas favoritas do Bowie: censura 18 anos.

O Duke, ditador do inferno do rock (segundo um site), é a mais cruel e terrível persona artística do David Bowie (e por sinal, a sua última). É uma espécie de ‘evolução’ do Blue Eyed Soul Boy (Garoto Soul de olhos azuis, a persona de Young Americans, um Bowie americanizado que cantava soul e funk) com uma mistura com o personagem Thomas Jerome Newton, do filme “O Homem que Caiu Na Terra” (um ‘homem’ meio frio e que transava por prazer, puro e simples). The Duke incorporou o estilo de cantar e o estilo musical da persona anterior. E com isso, faria a América pagar os seus pecados. O Duke incorporaria o antigo Bowie e que seriam dramaticamente diferentes dos Bowies anteriores. Nas roupas, na voz, nos trejeitos, em tudo. Nas fotos de divulgação de #StationtoStation, Bowie aparecia de maneiras esquisitas. Como nessa foto da edição japonesa: a não ser que você não tenha reparado, o Bowie está vestido somente com uma jaqueta da RAF (Real Força Aérea) estendida sobre seus ombros, com as mãos algemadas cobrindo o seu sexo. Se alguém souber japonês, por favor traduza e mande nos comentários.

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O Duke é descrito por alguns biógrafos de Bowie como “um aristocrata louco”, “um zumbi amoral” e até de “super-homem ariano sem emoção” (aí já é demais), para Bowie não era nada além de “um personagem desagradável”. Alguns acham que é uma extensão do Thomas Jerome Newton do filme que numa parte grita pela sua querida Mary-Lou (sua amante). Muitos classificam “Station to Station” como um álbum de canções de amor e um disco de transição: do plastic soul para o Kautrock ou Kraft rock cheio de texturas e sons que ele faria na Trilogia de Berlim (vou falar desses discos, vou avisando!). Essa persona (Thin White Duke) se tornou uma espécie de apelido para o David Bowie. O nome original do disco “Station to Station” seria o primeiro verso da música homônima: “The return of the Thin White Duke”.

Mas depois de uma treta que o DB teve com a CIA…bom, essa história é pra mais tarde!

Nos tempos da purpurina parte IV: Um cara insano, Transformer, Pin Ups e afins

kwestNesse último post da série “Nos tempos da purpurina” vou tratar dos outros discos da “Ziggy-era”: Aladdin Sane (1973), Pin Ups (1973), Transformer (1972), Diamond Dogs (1974), Station to Station (1976) e Ziggy Stardust and the Spiders from Mars – The Motion Picture (1983). Já falei de disco, roupa e maquiagem, shows intensos e só faltava os discos relacionados. Os textos tem os títulos nas cores das capas de cada disco.

Eu ouvi cada um dos discos, sério. Aladdin Sane e Pin Ups se completam a Ziggy Stardust: Aladdin fala da loucura (o Ziggy pirou depois de um tempo, por causa do sucesso, eu disse isso na primeira parte de “Nos Tempos da Purpurina”) e Pin Ups é um disco das músicas favoritas de Bowie só que com arranjos mais arrojados e algumas versões chegam a superar as originais (exemplo: as faixas “Rosalyn”, “I can’t explain” e “I Wish you Would”), que simboliza as influências de Ziggy Stardust.

Transformer, apesar de não ser de David Bowie (é de Lou Reed) é um disco fundamental do glam rock e foi o que salvou um pouco o rock dos anos 1970. Lou Reed fez parte do Velvet Underground, uma das bandas mais influentes dos anos 1960 e uma das favoritas de David Jones (tô falando do Bowie). Depois de um primeiro disco solo massacrado pela crítica, Lou contou com a ajuda de Mick Ronson (guitarrista do Spiders from Mars) e de David Bowie para gravar alguma coisa. Ronson produziu o disco e tocou guitarra, enquanto Bowie contribuiu com os backing vocals. O resultado foi super elogiado pela crítica.

Diamond Dogs tem a temática do livro “1984” de George Orwell e deveria ser um musical. Mas já que a viúva de Orwell não aceitou ceder os direitos para a produzir a peça, com o material que tinha Bowie gravou um disco. Nesse disco vemos a imagem da Hunger City e de Halloween Jack com sua namorada num futuro cheio de “pulgas do tamanho de ratos e ratos de tamanho de gatos”. Poderia virar um musical daqueles, inesquecível, mas a Sonia vacilou…

Station to Station é completamente anti-Ziggy: mostra a última grande persona artistica de David Bowie, Thin White Duke. O Duke era o Ziggy às avessas: se vestia de maneira simples e elegante, mas era cruel e sem coração. Nas palavras de Bowie: “um super-homem ariano” (1976). Sei disso David, mas para mim é o lado preto e branco de Ziggy Stardust.

De Ziggy Stardust and the Spiders from Mars – The Motion Picture vou praticamente repetir o que falei sobre o “The Retirement Gig”.

Vai ser no mesmo esquema do primeiro post: as músicas estão no meu Skydrive. Clique na capinha de cada disco (capa, gente!) que vai para o link de cada disco no meu Skydrive. Não vou citar música, vai ficar longo e cansativo.

Aladdin Sane

Um cara insano* (Aladdin Sane é na verdade, A lad insane*). Esse disco de David Bowie é um dos mais marcantes que ele fez e não é à toa. O show começa logo na capa: a clássica imagem do raio transpassando o rosto de Bowie (maquiagem de Pierre La Roche) é uma das mais famosas imagens do rock (Admito que eu tentei fazer o raio no meu rosto, mas ficou invertido pois sou canhota). Continua no encarte. E termina no disco: com faixas com a temática da loucura e da insanidade mostra que ninguém é normal, por mais que queira parecer. Involuntariamente, esse é o disco que mais se parece com esse blog. Afinal, “ninguém é tão normal quanto parece”. Nas palavras de Bowie “É o Ziggy conhecendo a fama…um Ziggy falando sobre a América, minha interpretação do que a América significa para mim” (1973). Se você viu o primeiro post, ao ficar famoso Ziggy perdeu a sanidade. Logicamente, para Bowie (naquela época) a América é uma terra insana, de gente insana. Acho que a opinião dele não mudou muito, não. Em uma gravação mais recente (de 1997) o Bowie canta: “I’m afraid of Americans” (tenho medo dos americanos).

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Embaixo, info do disco:

Produzido por: David Bowie & Ken Scott para MainManEngenharia: Ken Scott & Mick Moran

Arranjos de: David Bowie & Mick Ronson

Staff:

David Bowie: vocais, violão, gaita, saxofones
Mick Ronson: guitarras, piano, vocais
Trevor Bolder: baixo
Mick Woodmansey: bateria
Mike Garson: piano
Ken Fordham: bux: saxofones, flautas
Juanita “Honey” Franklin / Linda Lewis / Mac Cormack: backing vocals
Estúdio: Trident Studios, Londres, Reino Unido.

Eu gosto demais das faixas “Panic at the Detroit” (tem uma levada interessantíssima), “The Prettiest Star” (essa faixa foi cantada por David pelo telefone para Angie e foi seguida por um “Do you want marry me?”, quer casar comigo?), o cover de “Let’s Spend the Night Together” dos Stones, “Time” (na qual Bowie interpreta: tem uma hora que faz uma voz aguda que é demais), “The Jean Genie” (que tem um clipe gravado nas ruas de Londres que é legal) e “Lady Grinning Soul” (a introdução no piano é maravilhosa). Inclusive no momento em que estou escrevendo esse texto estou ouvindo “Panic at Detroit”. Para mim essa faixa é wunderbar! (maravilhosa).

Pin Ups!

Apesar de ser um disco de covers, é um disco de covers que tem faixas em que a versão fica melhor que a original. É um disco ensolarado e cheio de vida, alegre da primeira a última faixa. Um outro disco de covers que eu gosto demais é “The Stonewall Celebration Concert” do Renato Russo (1994). Nesse o Renato canta suas músicas favoritas. O interessante: não soa como Legião Urbana.

Em “Pin Ups” o David e toda a sua trupe saem de Londres e vão para um castelo na França para gravar: em Chateau d’Herouville, um estúdio recomendado por Marc Bolan. E não é que o som mudou? Nesse disco há versões de músicas do The Pretty Things (Rosalyn e Don’t Bring Me Down), do Them (Here Comes the Night), do The Yardbirds (I Wish you Would e Shape of Things), do Pink Floyd (See Emily Play), do The Who (I can’t Explain e Anyway, Anyhow, Anywhere), do The Mojos (Everything’s Alright), do The Kinks (Where Have All the Good Times Gone), do The Easybeats (Friday on my Mind), do Mccoys (Sorrow, a baladinha do disco) e duas que não entraram na versão original, mas que entraram no relançamento da RYKODISC, de 1990: uma versão de Bruce Springsteen (Growin’ Up) e uma versão em inglês de uma canção do francês Jacques Brel (Port of Amsterdam). Eu ouvi as versões e as originais.

Info do disco (já tá ficando chato a pessoa inserir informações técnicas…):

Produzido por: David Bowie & Ken ScottEngenheiro de som: Denis Blackeye

Arranjos: David Bowie & Mick Ronson

Staff:
David Bowie: vocais, sax alto & tenor, guitarra, gaita, sintetizador Moog
Mick Ronson: guitarras, piano e backing vocals
Trevor Bolder: baixo
Mike Garson: grand piano, teclado, órgão & harpa
Aynsley Dunbar: bateria
Ken Fordham: sax barítono                                                                                                        
Mac Cormack: backing vocals

Estúdio: Chateau d’Herouville, França.

E como não poderia deixar de ser, a capa de qualquer disco do David Bowie dos anos 1970 é um espetáculo: Bowie aparece na capa ao lado de Twiggy, modelo britânica da qual eu falei lá no primeiro post, que pode ter inspirado o nome “Ziggy”. Fotos por Mick Rock.

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As minhas faixas favoritas desse disco são: “Rosalyn” (ficou mais legal do que a original, admito), “Here comes the Night” (música de dor de corno) “I Wish You Would” (uma versão esperta e cheia de sonoridade), “I Can’t Explain” (uma versão sexy e muito fodona), “Friday on my Mind” (o que no fundo todo mundo tem, todo mundo pensa na sexta) e “Sorrow” (momento música lenta do disco).

Tranformer

Esse disco foi o que salvou a alma de Lou Reed. Salvou mesmo, porque depois disso Lou gravou um disco conceitual: “Berlin” (1973). Mas vamos nos concentrar no Transformer (o primeiro Transformer da história!).

Em 1971 o primeiro disco solo de Lou Reed (Lou Reed) havia sido detonado pela crítica. Motivo: o som era diferente do Velvet Underground. O Velvet era super-cult, já Lou fora do Velvet era super-m….

Então Lou foi para Londres ao lado de sua namorada para gravar no lendário Trident Studios. Mick Ronson se juntou à trupe de Lou e chamou Bowie para ir junto. Mas no começo das gravações estava perto de o couro comer: Bowie e Ronson queriam de um jeito, Lou queria de outro. Mas os três se entenderam e as gravações foram às mil maravilhas.

O disco estourou e ficou entre os 30 melhores dos EUA. Foi a primeira gravação de Lou Reed a estourar. “Walk on the Wild Side”, o single do disco, foi muito tocado nas rádios. E o pessoal que trabalhou para que esse disco ganhasse vida:

Produzido por: Mick RonsonStaff:                                                                                        Lou Reed – guitarra, teclados, vocais                                                                                          Herbie Flowers – baixo, contrabaixo, tuba em “Goodnight Ladies” e “Make Up”                                                                                 Mick Ronson – guitarra, piano, flauta, vocais, arranjos de cordas*  John Halsey – bateria                                                               Ronnie Ross – saxofone barítono em “Goodnight Ladies”

Músicos Adicionais

David Bowie – backing vocals                                                 Thunderthighs – vocal de apoio                                                Barry DeSouza – bateria                                                                                         Ritchie Dharma – bateria                                                                                   Klaus Voormann – baixo                                                                                               Ken Scott – engenheiro

Estúdio: Trident Studios, Londres, Reino Unido

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Apesar de eu não ser muito fã do Lou eu gostei desse disco. Não é porque o Bowie faz os backing vocals, não! É porque é consistente e sem muita enrolação. E vai direto ao assunto. Eu gostei de “Vicious”, “Andy’s Chest” (o peito do Andy, nesse caso Andy Warhol), “New York Conversation” e, claro “Walk on the Wild Side”! Não ficou numa posição legal no 500 Greatest Albuns of All Time, da Rolling Stone, mas tá valendo.

Keep Calm, Diamond Dogs rule, OK!

Depois de um sucesso retumbante com “Aladdin Sane” David tentou novos ares. Chamou uma nova banda e queria fazer um musical inspirado em “1984” do George Orwell. Não deu. A viúva de George, Sonia Blair, não queria que a obra-prima do seu marido fosse adaptada para o teatro pelas mãos do David.

Com o material que tinha, dava para gravar um disco. Então Bowie resolveu reinventar a obra de Orwell à sua maneira. Reinventou mesmo: a Londres de “1984” virou Hunger City (muito mais doidona que Londres), Winston Smith virou o Halloween Jack, um “real coal cat” (lembrei de “Gimme Shelter”, dos Stones: “burns like a real coal carpet”) e assim por diante…

Mesmo que na capa do disco Bowie aparecesse completamente Ziggy e que Diamond Dogs ainda seja glam, prenuncia um dos movimentos mais marcantes do rock: o punk. E tome ficha técnica!

Produzido por: David Bowie, Tony Visconti e Keith HarwoodStaff:

David Bowie – vocais, violão, saxofone, sintetizador Moog , Mellotron, produtor, engenheiro de mixagem                               Earl Slick – guitarra em “Rock ‘n’ Roll with Me”                         Mike Garson – teclados                                                        Herbie Flowers – baixo                                                                                       Tony Newman – bateria                                                                                       Aynsley Dunbar – bateria                                                          Alan Parker – guitarras em “1984”

A capa, feita pelo pintor holandês Guy Pellaert, é um pouco bizarra (um pouco é ironia): na capa há duas prostitutas rindo (meio gente, meio buldogue) e na frente uma criatura meio cachorro, meio Bowie. Tá, é uma pintura, mas o original seria essa pintura só que o Bowie do jeito que veio ao mundo. S.O.S! Desculpa se tive que repetir imagem, mas é um recurso para destacar.

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As minhas faixas favoritas de “Diamond Dogs” são as seis primeiras (equivalente ao lado A): “Future Legend” é somente uma introdução falada na qual Bowie nos situa na Hunger City, controlada pela Diamond Dogs (uma espécie de Big Brother que manda em tudo). A faixa-título nos situa dentro da história, porque isso não é rock’n’roll, é genocídio* (“It’s ain’t Rock’n’roll, it’s genocide”*). “Sweet Thing”, “Candidate” e a reprise de “Sweet Thing” são três faixas inseparáveis super boas. “Rebel Rebel” é uma faixa ainda glam, cujo tema é a ambiguidade sexual (algo que o Bowie tinha bastante: era um divertido jogo de “ele é ou não é?”). Tem um disco derivado, “David Live”, lançado em 1974. Disco duplo e um pouco estranho, admito. Eu falei que o David se livrou do penteado Ziggy. Na capa de “David Live” está o resultado. Se eu tiver paciência vou fazer uma crítica mais elaborada desses dois discos.

David Live Disc 1

You drive like a demon from station 2 station

Depois de um disco de sucesso, “Young Americans” (1975) no qual até o John Lennon fez backing vocals em “Fame” e o Bowie mandou seu passado glam para o espaço resolveu dar uma de Soul Boy, e de um filme de peso (o primeiro!) “O Homem que Caiu na Terra” (1976) no qual o David faz o alienígena/homem de negócios Thomas Jerome Newton (o cara se fode legal), era hora de voltar a gravar.

Mas não temos muitas informações de como as gravações de “Station to Station” rolaram por causa do crescente vício em cocaína de Bowie que jura não se lembrar de nada das gravações. Nem mesmo o povo que trabalhou com ele lembra. E o pessoal está nessa caixinha.

Produzido por: David Bowie e Harry MaslinStaff:

David Bowie – vocais, violão,  saxofone alto e tenor, sintetizador Moog , Mellotron                                                                  Carlos Alomar – guitarra                                                                                    Roy Bittan – piano                                                                                    Dennis Davis – bateria                                                                                       George Murray – baixo                                                         Warren Peace – backing vocals                                                                                      Earl Slick – guitarra

Estúdio: Cherokee Studios, Nova York, EUA

Em “Station to Station” vemos a última grande persona artística de David Bowie ganhar vida (uma vida curta, mas é uma vida): o Thin White Duke. Um homem vazio (gelo mascarado em fogo) interessado em cabala, misticismo, até no cristianismo (durante a turnê desse disco Bowie se apresentava com um crucifixo dourado no pescoço) que cantava canções de amor insossas. Alguns acham que é uma extensão do Thomas Jerome Newton do filme que numa parte grita por sua Mary-Lou (sua amante). Muitos classificam “Station to Station” como um álbum de canções de amor. Essa persona (Thin White Duke) se tornou uma espécie de apelido para o David Bowie. A capa e a contracapa do disco remetem ao filme “O Homem que Caiu na Terra” (vi esse filme, sério!). A capa é da cena em que o Tommy mostra sua nave espacial. A contracapa mostra um dos passatempos de David durante as gravações do filme: desenhar símbolos da cabala. Muito antes da Madonna.

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Foi esse disco que me introduziu no mundo de David Bowie (a maioria entra por causa de Ziggy Stardust ou Aladdin Sane), e por isso eu gosto de quase todas as faixas. A faixa-título, apesar da introdução ser longa e meio chata, é uma das minhas favoritas de toda a discografia do David porque me fisgou de uma maneira que poucas músicas haviam feito antes (fisgou mais forte até que algumas faixas da minha banda favorita, a Legião Urbana!): é uma batalha pela alma de alguém e nesse caso é a do Duke que está em jogo. “Golden Years”, outro momento Angie (o primeiro é “The Prettiest Star”), é uma baladinha romântica, para dançar agarradinho. “TVC 15” que é sobre como um cara se sente depois de ter sua namorada raptada pela televisão holográfica é alegre, mesmo que o disco inteiro seja depressivo.

Como “Diamond Dogs” esse disco também gerou um disco derivado: “Christiane F.: Wir Kinder vom Bahnhof Zoo (Soundtrack from the Motion Picture)”, lançado em 1982. Uma pergunta: o que a Madonna e a Christiane F tem em comum? As duas viram shows da turnê de Station to Station. Motivo: depois de um show de David Bowie da turnê de “Station to Station” enquanto a Madonna virou a Madonna, Christiane F. cheirou heroína pela primeira vez. E porque eu disse que a trilha sonora de “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída…” é derivada de “Station to Station”? Três das seis faixas desse disco entraram na trilha sonora do filme: Station to Station (em uma versão ao vivo, já que a música é citada no livro), TVC 15 (a versão do single, um pouco mais curta que a do disco) e Stay (que nem aparece direito no filme). O disco tem duas capas, acho mais legal a segunda, que está aí embaixo.

Christiane F.: Wir Kinder vom Bahnhof Zoo (Soundtrack from the Motion Picture)

Farewell Ziggy

O último suspiro de Ziggy Stardust foi dado no Hammersmith Odeon em 1973 (falei no post anterior, né?). Mas o registro em áudio do show foi lançado oficialmente somente em 1983 junto com a versão em VHS do show. Em 2003 o filme foi relançado em DVD junto com uma edição em CD. O audio havia sido lançado antes em um bootleg, “His Master’s Voice”.

hismastersvoice

O disco deveria ser lançado antes (em 1974) mas por causa de “Diamond Dogs” e “David Live” (primeiro registro ao vivo de algum show do David Bowie) foi lançado mais tarde. Motivo alegado: a qualidade do som não era das melhores. Tiveram que dar uma editada no material em estúdio. E tiveram que editar de novo em 2003.

Produzido por: David Bowie, Mike Moran e Tony Visconti           Ken Scott – engenheiro de gravaçãoStaff:

David Bowie – violão, vocais, saxofone, gaita                            Mick Ronson – guitarra base, baixo, vocais de apoio                Trevor Bolder – baixo                                                                                      Mick Woodmansey – bateria                                                     Mike Garson – piano, Mellotron, órgão                                       Ken Fordham – saxofone alto, tenor e barítono                         John Hutchinson – guitarra rítmica, backing vocals                                                                                           Brian Wilshaw – saxofone tenor, flauta                                      Geoffrey MacCormack – backing vocals, percussão

A capa do disco não poderia ser feita hoje em dia: mostra Bowie fumando. Ele tinha feito essa cena do cigarro em outras capas como em Young Americans (1975) e na coletânea Changestwobowie (1982). Logo no começo do filme mostra o take do cigarro que entrou na capa, que é na parte do David se preparando para o show. A contracapa do DVD é mais legal. Mostra uma sequência de 16 fotos em que o David aparece fumando nas quatro primeiras e as outras são consumidas pelo fogo que sai do seu cigarro. A contracapa do disco mostra uma das últimas fotos, completamente consumida pelas chamas.

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Com um set misturando os maiores hits de Bowie até então e faixas de “Ziggy Stardust”, “Aladdin Sane” e covers de Lou Reed, dos Stones e de Jacques Brel, Ziggy Stardust se despediu.

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Eu devia ter colocado essa imagem no post anterior, mea culpa…#Farewell Ziggy

As minhas favoritas desse disco são “Hang on to Yourself” (mais animado que o Aquecimento das Maravilhas), “Ziggy Stardust” (no show tem a troca de roupa mais ligeira da turnê e feita no palco!), “Wild Eyed Boy From Freecloud/All the Young Dudes/Oh! You Pretty Things” (um medley dos mais legais do disco), “Space Oddity” (eu comecei a chorar nessa parte), “Width of a Circle” (no qual tem a performance de mímica), “Suffragette City” (uma das minhas favoritas de qualquer jeito!), e “Rock ‘n’ Roll Suicide” (que eu chorei de novo).

Vai ter um post bootleg que é como seria se Ziggy Stardust tivesse acontecido hoje em dia. E o processo criativo das postagens da série “Nos Tempos da Purpurina” com todas as fontes que pesquisei para compor a primeira série do Longe D+. Os outros discos do David Bowie que vem antes de “Ziggy Stardust”, os vídeos que assisti, e minhas impressões sobre esse trabalho do “The Actor”. Então…Oh, wham bam, thank you, ma’am!

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