Eu já falei do meu livro favorito, e compartilhei minha opinião sobre “Crepúsculo” (meti o pau com gosto de gás, peguei pesado, mas despejei a minha opinião). Agora, vou falar do que eu gosto de ouvir. Eu gosto de ouvir rock, o que me causava um certo desconforto na escola. Mas também gosto de ouvir coisas que noventa por cento da humanidade ouve. Afinal, somos um pouco produtos da cultura pop.
Pode acreditar: eu gosto da Lady Gaga. Eu gosto das músicas dela, mas dos clipes nem tanto. Sério, eu tenho alguns recortes dela, inclusive do clássico vestido de carne e coisas que muito fã não consegue. Pra ter uma ideia, eu ia comprar além do meu disco do Capital (que comprei no vestibular) o disco “The Remix” (só remix da Lady Gaga), mas o dinheiro não fechou. E tenho até foto da encarnação civil (e sem nenhum tipo de tintura) de Stefani Joanne Angelina Germanotta. Eu li numa reportagem da Rolling Stone com ela as preferências musicais dela: ela curte Iron Maiden (não entendi). E esse lance da rivalidade dos fãs de Madonna com os little monsters (os fãs da Lady Gaga) é besteira. Então, “Just Dance”.
Outra coisa que gosto muito de ouvir: Rihanna. Sim, a cantora cujo nome civil é Robyn e Rihanna significa “manjericão doce” em árabe. Sério, eu gosto de pop. Eu tinha música que a maioria dos meus colegas de escola tinha inveja. Mas voltando à Rihanna: ela vem de Barbados, uma ilhazinha no Caribe. Eu gosto das músicas dela e do fato que ela tem atitude. Uma vez, uma associação de pais queria censurar um clipe e olha o que a Rihanna falou: “Sou uma estrela do rock e não tenho filhos. Por que querem que eu aja como uma mãe?”. Parabéns, além do clipe ser massa (o clipe a que me refiro é “Man Down”), ela teve atitude pra dizer que não precisava agir como uma mãe, afinal ela não tem filhos.
Eu também gosto muito de Beatles. John Lennon não deveria ter morrido, ele tinha tanto para viver! A música dos Beatles começou como o Justin Bieber, música pra adolescentes que se esgoelavam por eles (mas aí comparar os Beatles com o Justin Bieber é sacanagem), mas diferentemente do menininho canadense que tem uma voz feminina e quer se meter em confusão de toda e qualquer espécie, os Beatles mudaram o mundo. Aproximaram o rock de outros ritmos (quem ousaria colocar uma cítara indiana em uma canção?), faziam letras instigantes e fáceis, e inventaram o conceito de artista pop de hoje em dia. O Paul McCartney e o John Lennon fizeram muita música boa depois que os Beatles acabaram. O cover do John para “Stand by me”, “Jealous Guy” e “Imagine” são maravilhosas, recomendo. O dueto (improvável, juro) do Paul com o Michael Jackson em “Say, say, say” e “Bands on the run” são na minha opinião demais. E é impossível escolher uma música dos Beatles só. Sempre fico em dúvida qual é a melhor. As minhas favoritas são “Lucy in the Sky with Diamonds”, “Yesterday”, “She Loves You”, “Penny Lane”…
E os Rolling Stones? Os Stones são muito legais, são os tiozinhos mais maneiros da história. É a banda em mais tempo na estrada, quem diria? Eles influenciaram praticamente todas as bandas do mundo. Eu tenho no computador uma clássica, “Jumping’ Jack Flash”, que é muito massa. “Gimme Shelter” também é demais (não é o filme da minha xará). E nos anos 1960, eles eram os filhinhos-de-mamãe, enquanto os Beatles eram os malvados. Mick Jagger e Keith Richards, os dois estão juntos há muito tempo. Quase um casamento (o Keith é casado com a mulher dele, Patti Hansen, desde 1982). Mesmo depois da morte de Brian Jones (em 1969), eles tocaram o barco melhor. Quer mais detalhes? Leia a autobiografia do Keith Richards, Vida. É uma leitura de referência interessantíssima: pelo motivo “como-os-maiores-hits-dos-Stones-ganharam-vida”.
Outra banda que eu acho legal (que eu descobri as músicas há pouco tempo) foi o Sex Pistols. Eles tiveram apenas dois anos de estrada, mas mudaram a história do rock’n’roll. Os doidos só gravaram um disco (doidos mesmo, eram uns arruaceiros de marca maior), mas as músicas marcaram e influenciaram muita gente, como o Aborto Elétrico (que mais tarde virou Legião Urbana e Capital Inicial). Pra ter uma ideia da ousadia da banda, nenhum dos integrantes dos Pistols sabia tocar direito seus instrumentos. Eu escuto pra desencanar, e vai ser tema do meu trabalho.
Da mesma linha dos Pistols é o pessoal do The Clash, a “única banda que importa”, nos dizeres do pessoal da gravadora deles. Eles não eram tão sem-vergonha quanto o pessoal dos Pistols, mas o som deles era mais bem-feito (pelo menos, a turma do Clash sabia tocar). Os discos do Clash também tinham mensagens políticas, mas eles tinham um pouquinho mais de criatividade.
E o que eu gosto no Brasil… Legião Urbana! Eu amo essa banda, amo, amo! Eles são de Brasília, faziam um rock pensante-pulsante no começo. Mesmo que o ritmo da banda tenha desacelerado, as músicas continuaram a ser tão boas. E tem muita poesia nas letras do Renato Russo, pena que ele morreu tão jovem. Imagine se ele estivesse vivo hoje, aposto que ele ficaria metendo o dedo na cara do Marco Feliciano. E as músicas são demais! “Simplicidade é a chave da elegância”, já dizia Coco Chanel. E o som da Legião é um pouco isso, elegante. Mesmo que sejam meio punks, três acordes, que até eu consigo tocar.
O Capital Inicial de Brasília também é muito massa. Como a turma do Capital conseguiu uma façanha incrível: fazer sucesso nos anos 80 (quer um exemplo? “Música Urbana” foi um hit em 1986. Tão hit que virou trilha sonora de novela), parar por um tempo e depois voltar com força total? Eu peguei umas faixas antigas, soam completamente diferentes do som atual do Capital (ouça O Melhor do Capital Inicial e depois compare com o disco atual, Saturno). E outra coisa: o pessoal do Capital sempre se reciclou. E é isso que faz a banda ser tão legal.
E outras bandas que eu acho muito legal: NX Zero (emocore que deu certo), Fresno (o som dos gaúchos é muito bom), Kid Abelha (a única banda com uma vocalista que engrenou de verdade), Inimigos do Rei (o único hit é “Uma Barata Chamada Kafka”), RPM (minha mãe adorava), Ultraje a Rigor (parece piada, mas não é), Nirvana (pobre Kurt Cobain, se matou tão jovem), Bob Dylan (um poeta, simplesmente um poeta), Michael Jackson (o cara era o rei!), Madonna (quem é rainha nunca perde a majestade), Joan Jett (a melhor roqueira da história), Nenhum de Nós (gauchada marcando presença), Engenheiros do Hawaii (Humberto Gressinger, o Jim Morrison brasileiro). E um bocado de outras bandas e cantores, que se eu começar a contar vai demorar uma semana.
Ao som de…: “Eh, eh, (Nothing else I can say)”, “Rehab”, “She Loves You”, “Start Me Up”, “Anarchy in the UK”, “London Calling”, “Feedback song for a dying friend”, “Saquear Brasília”, “ Só Rezo”, “Pintura Íntima”, “Uma Barata chamada Kafka”, “Alvorada Voraz”, “Rebelde sem Causa”, “Smells like Teen Spirits”, “Like a Rolling Stone”, “The Way you make me feel”, “Material Girl”, “I Love Rock’n’Roll”, “O Astronauta de Mármore”, “Infinita Highway”.
Vanessa Alves