Histórias de amor…será? Sim!

Ah, o amor… Vou parafrasear Luís Vaz de Camões “amor é fogo que arde sem se ver”, sei o soneto nº 12 completo. Mas mesmo que eu curta uma história de amor, eu não curto histórias…digamos, açucaradas demais. Açúcar demais dá diabetes. E eu sou jovem demais para ter isso. Tenho uma quedinha por loucos amores e coisas do tipo.

“Quem um dia irá dizer

Que existe razão

Nas coisas feitas pelo coração?

E quem ira dizer

Que não existe razão?” (Renato Russo, Eduardo e Mônica. Editado pelas Edições Tapajós Ltda.).

Imagem(Renato Russo, Acrilic on Canvas. Editado pelas Edições Tapajós Ltda.)

Vou contar algumas historinhas de amor… Mas se você, caro leitor, está achando que vou fazer resumo de romance do Nicholas Sparks, pode parar por aí, não é a “Última Música” (que arranca lágrimas), apesar de ter música no meio. E se está achando que vai tratar de romances imaginários e irreais, é melhor procurar outro blog. Não fazemos fan-fics, só real-fics. Histórias reais de gente real. Ou surreal, depende do seu ponto de vista.

Uma história de amor que eu particularmente amo é Eduardo e Mônica. Tá, é inventada, mas foi baseada em um casal de verdade. Atualmente, os “musos inspiradores” dessa canção moram na Índia. Uma versão da música diz que antes do Eduardo e da Mônica voltarem para Brasília, os dois viajaram muito. Sabia que o Eduardo e a Mônica iam ter um casamento indiano, mas… Cadê o mar? Não tinha! Brasília não tem mar, só um laguinho, o Lago Paranoá! Então, os dois botaram o pé na estrada. Foram pra Bahia, pra Ouro Preto e pro Rio de Janeiro. E depois…todo mundo sabe. Está no disco O Trovador Solitário na versão de Eduardo e Mônica. E uma interpretação meio maluca dessa música: o Renato Russo era o Eduardo e a Mônica era uma amiga dele. Pelo que eu peguei numa entrevista, o Renato admitiu que queria ser o Eduardo da sua Mônica. Sei que parece ser meio doido, mas foi o que eu li.

Batendo na mesma tecla do melhor livro que eu li, que é cru até demais, que mete medo, blá blá blá, tem uma desinteressada história de amor. Christiane F. e Detlef W. namoravam de uma maneira bem bizarra: entre tapas e beijos, tragadas e picadas, clientes dele e clientes dela. E por causa do amor que tinham os dois escaparam de figurar em uma triste estatística: escaparam de figurar entre as 84 vítimas da heroína em Berlim Ocidental em 1977. Sim, o amor salva vidas e pode nascer em banheiros imundos, discotecas que parecem uma fedentina, estações de metrô cheias de prostitutas para todos os lados e em ruas cheias de lixo com restos de seringas.

Uma historinha que eu achei muito bonitinha desde quando eu li pela primeira vez é a de como Dinho Ouro Preto conheceu a mulher que seria mãe de seus filhos. Foi num VMB (Video Music Brasil, uma premiação da MTV Brasil) nesse caso, o de 1994. O cabra estava numa fossa: era um arsenal químico ambulante, já tinha provado de tudo e se viciado em tudo. Mas quando conheceu a arquiteta italiana Maria Cattaneo… Love, Love, Love. E olha que ela estava de casamento marcado com um cara italiano, e iria voltar para lá. Mas ele conseguiu convence-la a terminar o noivado, namorar com ele e em menos de um ano, casamento. Hoje, o Dinho tá feliz, com três filhos, e limpo há mais de 15 anos.

Outra história de amor demais é a história de amor entre Angela Bowie e Mick Jagger. Uma história lindinha, se ela não fosse casada com David Bowie, um camaleão que gosta de meninos e meninas. Na época Angela já tinha tido um filho com o David, Zoey. Angela e Mick chegaram a namorar um tempo, mas… Ela ficou tão culpada, que parou de se encontrar com o vocalista dos Stones. O Mick ficou arrasado por dentro. Chegou a compor uma música para ela: “Angie”, do disco Goats Head Soup, de 1973. E o conto de que ela pegou o Mick e o seu querido maridinho na mesma cama?!Segundo ela, ao voltar de uma viagem, enquanto ainda estava casada com David Bowie, teria o encontrado na cama com Mick Jagger. Mas Angela fez questão de afirmar que não os viu tendo uma relação sexual. Apesar de não mencionar quando o fato ocorreu, é provável que tenha sido nos anos em que o glam rock estava no auge, fase em que Bowie explorou seu visual andrógino e Jagger já era conhecido por seu apetite sexual (outubro de 1973).
No livro “Backstage Passes”, escrito por Angela e lançado em 1993, ela afirma que os dois podem ter dormido na mesma cama após uma noite de bebedeiras e uso de drogas (imagino o que os dois devem ter feito). Voltou uma manhã e foi para a cozinha fazer chá. A empregada, que havia chegado uma hora antes, avisou que havia alguém mais no quarto. Ao abrir a porta, a mulher deu de cara com Mick e David dormindo nus. Ambos acordaram. “Oh, olá, como está você?”, perguntou Bowie. “Estou bem”, respondeu Angela, oferecendo café à dupla. “Estava na cara que eles tinham transado. Nunca considerei a possibilidade contrária”, disse Angie.(Fonte: Mick Jagger e David Bowie: relação escancarada http://whiplash.net/materias/news_837/158553-rollingstones.html#ixzz2VYUv3oTS) Mas a ex-esposa de Bowie destaca que quando os encontrou naquela situação teve certeza de que eles haviam transado. Apesar de, nas suas palavras, “seus olhos não terem comprovado o que ela sentiu no coração”.
Verdade ou não, a revelação da ex-esposa de Bowie trouxe à tona novas especulações sobre quem seria a musa inspiradora de “Angie”. Desta vez, até o próprio David Bowie foi incluído na lista (OMG!) A tradução (Angie, você é linda, mas não é o momento que dissemos adeus?/Angie, eu ainda te amo, lembra-se de todas aquelas noites que choramos?/Todos os sonhos que seguramos tão firmemente pareceram evaporar-se como fumaça./Deixe-me sussurrar em seu ouvido/Angie, Angie, para onde isso vai nos conduzir a partir daqui?/Oh, Angie, não chore, todos os seus beijos continuam doce/Eu odeio essa tristeza em seu olhar/Mas Angie, Angie, não é o momento de dizer adeus).

David Bowie e sua querida ex-esposinha Angela Bowie. Data desconhecida. Será que a frase "I Fucked Mick Jagger !" é verdadeira? #Mistério
David Bowie e sua querida ex-esposinha Angela Bowie. Data desconhecida, cerca de 1972. Será que a frase “I Fucked Mick Jagger !” é verdadeira? #Mistério

Capa do disco Goats Head Soup, de 1973.
Capa do disco Goats Head Soup, de 1973.

Se você acha que o amor só nasce em coisas no estilo “Romeu e Julieta”, está redondamente enganado, caro leitor. Um sentimento tão bonito nasce em qualquer lugar. Tanto em lugares normais; como corredores, elevadores, escadas, quanto em lugares nem tão normais: banheiros imundos, premiações musicais (pelo que eu soube, Angie e Mick se conheceram em um prêmio), festinhas. Parafraseando de novo o Camões “Tão contrário a si é o mesmo amor” (vixi, essa parte é de Monte Castelo). Mea culpa.

Ao som de: “Angie”, “Acilic on Canvas”, “Eduardo e Mônica”, “Eu nunca disse Adeus”.

Vanessa Alves

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